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Nos últimos anos, o Brasil tem passado por mudanças importantes na forma como os serviços financeiros e de seguros se relacionam com os consumidores.

Após a chegada do Open Banking, o país avança agora com o Open Insurance Brasil, uma iniciativa que promete transformar o setor de seguros, ampliando a concorrência e a personalização dos serviços oferecidos.

Mas afinal, o que é o Open Insurance? E, mais importante, como ele impacta diretamente a vida do consumidor comum, que busca proteção para sua casa, carro, saúde ou vida?

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O que é o Open Insurance?

O Open Insurance (ou Sistema de Seguros Aberto) é uma iniciativa coordenada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) que visa criar um ambiente digital mais integrado, no qual os consumidores possam compartilhar seus dados de forma segura entre diferentes empresas do setor de seguros.

A proposta é semelhante ao Open Banking, mas voltada especificamente para produtos como seguros de vida, automóveis, residenciais, previdência privada, entre outros.

O modelo é baseado no Compartilhamento de Dados Seguros, feito com o consentimento do cliente, e tem como base a tecnologia das APIs (Interfaces de Programação de Aplicativos), que permitem a troca estruturada de informações entre as instituições autorizadas.

A ideia central é simples: se o consumidor quiser, ele poderá permitir que empresas diferentes acessem seus dados de histórico de seguros, perfil de consumo e até informações cadastrais. Com isso, será possível:

  • Receber ofertas personalizadas com base no seu perfil real
  • Comparar diferentes produtos de forma mais transparente
  • Migrar de seguradora com mais facilidade
  • Aumentar o poder de negociação com as empresas

Como está sendo implantado no Brasil?

A implementação do Open Insurance Brasil é feita em fases e está inserida dentro da Estratégia de Inovação do Mercado de Seguros (Sandbox Regulatório).

A SUSEP iniciou esse processo em dezembro de 2021, em paralelo com as etapas finais do Open Banking, e o projeto é estruturado em três fases:

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  1. Fase 1 – Dados públicos: envolve o compartilhamento de informações gerais sobre produtos e canais de atendimento das seguradoras.
  2. Fase 2 – Dados pessoais e de apólices (com consentimento): permite o compartilhamento dos dados dos clientes, como histórico de apólices e sinistros.
  3. Fase 3 – Serviços transacionais: permitirá, no futuro, que o cliente possa contratar, cancelar ou modificar seguros por meio de diferentes plataformas.

Este processo é conduzido com base nas diretrizes da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), garantindo que o compartilhamento ocorra de forma controlada, com segurança e transparência.

Quais os benefícios reais para o consumidor?

Para o consumidor brasileiro, especialmente das classes média e baixa, o Open Insurance Brasil pode representar um avanço importante na forma como os seguros são contratados, avaliados e utilizados no dia a dia.

Entre os principais benefícios diretos, destacam-se:

1. Personalização de produtos

Com o acesso a dados mais completos, as seguradoras poderão oferecer produtos mais adequados ao perfil de cada cliente. Isso significa que uma pessoa que usa pouco o carro, por exemplo, poderá contratar um seguro mais barato, com cobertura sob demanda.

O mesmo vale para planos de vida ou residência, que poderão ser ajustados conforme o histórico e necessidades individuais.

Essa personalização é possível graças ao Compartilhamento de Dados Seguros, que permite à empresa conhecer melhor o cliente e, com isso, reduzir os riscos e os custos da apólice.

2. Redução de preços por maior concorrência

Com mais empresas tendo acesso aos mesmos dados (desde que autorizadas pelo consumidor), haverá um aumento na concorrência entre seguradoras. Essa abertura tende a gerar melhores condições comerciais, como:

  • Preços mais baixos
  • Coberturas mais amplas por valores semelhantes
  • Benefícios adicionais como descontos em redes parceiras

Ou seja, o cliente passa a ter mais poder de escolha, deixando de depender exclusivamente da seguradora onde sempre contratou por comodidade ou falta de opções claras.

3. Portabilidade facilitada

Assim como no setor bancário, o Open Insurance Brasil facilitará a troca de seguradora, algo que hoje pode ser um processo burocrático e demorado.

Com a padronização dos dados e o consentimento para o compartilhamento, será possível migrar de uma empresa para outra com agilidade, mantendo o histórico e sem necessidade de começar do zero.

Essa liberdade é especialmente relevante para quem deseja reavaliar seus contratos de seguro diante de mudanças na renda, no tipo de uso do bem segurado ou até em fases da vida (como casamento, filhos, aposentadoria etc.).

4. Mais transparência e comparação

O acesso a informações claras sobre produtos, condições e preços permite que o consumidor compare com mais facilidade diferentes ofertas no mercado.

Ferramentas digitais e plataformas poderão reunir essas informações em tempo real, oferecendo simulações mais precisas e confiáveis, de acordo com o perfil individual de cada usuário.

Além disso, os canais de atendimento e contratação também deverão ser integrados, com mais recursos digitais e menos necessidade de intermediação presencial.

Compartilhamento de dados: Quais os cuidados necessários?

Embora o Open Insurance Brasil ofereça muitas vantagens, é natural que o consumidor tenha dúvidas sobre a segurança dos dados e os riscos de abrir suas informações para diferentes empresas.

A boa notícia é que o sistema foi desenvolvido justamente com foco na proteção da privacidade, respeitando regras rígidas de segurança e transparência.

A base legal: LGPD

O funcionamento do Open Insurance está diretamente vinculado à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor no Brasil em 2020.

De acordo com a LGPD, nenhuma empresa pode acessar, compartilhar ou utilizar os dados de uma pessoa sem o consentimento explícito do titular.

Isso significa que:

  • O consumidor só compartilha dados se quiser;
  • Ele pode cancelar o consentimento a qualquer momento;
  • As empresas precisam informar de forma clara como os dados serão usados;
  • Os dados devem ser armazenados com segurança e criptografia.

Além disso, todas as seguradoras que participam do sistema precisam estar registradas e seguir protocolos definidos pela Susep, o que garante mais controle e fiscalização.

Dados compartilhados: O que pode ser acessado?

Os dados que podem ser compartilhados dependem da fase do projeto e do tipo de consentimento dado pelo consumidor. Eles incluem:

  • Informações cadastrais: nome, CPF, endereço, contato
  • Histórico de seguros contratados: tipo de cobertura, valor da apólice, tempo de vigência
  • Dados de sinistros: ocorrências anteriores, valores pagos, frequência

Todos esses dados servem para que as empresas ofereçam propostas mais precisas, mas também geram dúvidas sobre exposição e segurança.

Riscos e preocupações comuns

Alguns consumidores podem temer que o compartilhamento de dados possa levar a:

  • Uso indevido das informações
  • Ofertas indesejadas ou abusivas
  • Discriminação por perfil de risco

No entanto, o modelo do Open Insurance Brasil conta com regras específicas para evitar práticas abusivas.

A Susep exige que cada seguradora siga um padrão de governança e segurança da informação, além de manter registros de todas as transações de dados feitas com base no consentimento do cliente.

Além disso, o sistema prevê a atuação de plataformas de consentimento, que funcionam como intermediárias tecnológicas entre o consumidor e as empresas.

Essas plataformas garantem que o usuário possa gerenciar de forma simples quem pode acessar seus dados, por quanto tempo e para qual finalidade.

Comparativo: Modelo tradicional vs Open Insurance Brasil

Para muitos consumidores, especialmente das classes média e baixa, o processo tradicional de contratar seguros sempre foi marcado por burocracia, informações confusas e preços pouco competitivos.

Com a chegada do Open Insurance Brasil, essa realidade está mudando.

A tabela abaixo mostra, de forma objetiva, as principais diferenças entre os dois modelos:

Aspecto

Modelo Tradicional

Open Insurance Brasil

Acesso a informações

Centralizado na seguradora; menos exposição de dados

Informações compartilhadas com terceiros mediante consentimento

Personalização de ofertas

Limitada, baseada em categorias padrão

Maior personalização com base no histórico do cliente

Privacidade dos dados

Maior controle, pois os dados ficam com uma única empresa 

Requer atenção ao consentimento e controle do uso dos dados

Facilidade na comparação

Comparação manual, exige tempo

Plataformas digitais facilitam o processo

Poder de negociação

Menor, com opções limitadas à seguradora escolhida

Maior, com acesso a diferentes ofertas simultâneas

Experiência digital

Em muitos casos, atendimento presencial ou por telefone

Contratação, gerenciamento e portabilidade digitais

Tempo de contratação

Processo mais longo, com etapas presenciais

Potencial de contratação mais ágil com menos burocracia

Segurança da informação

Menor risco de vazamento por envolver menos sistemas

Depende da robustez tecnológica das integrações e das APIs

O futuro do Open Insurance no Brasil: O que esperar?

Apesar de ainda estar em processo de implementação, o Open Insurance Brasil tem potencial para transformar profundamente o mercado de seguros nos próximos anos, especialmente para consumidores das classes média e baixa, que muitas vezes enfrentam dificuldade para comparar preços ou entender os detalhes dos produtos oferecidos.

Exemplo prático: Seguro de carro mais barato

Imagine que um consumidor tenha um histórico sem sinistros nos últimos cinco anos, sempre com pagamentos em dia e uso moderado do veículo.

Ao permitir o compartilhamento de dados seguros, ele poderá receber ofertas personalizadas de outras seguradoras que identifiquem esse bom perfil e ofereçam um seguro com valor mais acessível — sem precisar preencher formulários longos ou perder tempo fazendo orçamentos manuais.

Exemplo prático: Plano de vida personalizado

Um trabalhador autônomo de 40 anos que já teve um seguro de vida em outra empresa pode usar seus dados históricos para obter um novo plano com melhor custo-benefício, que leve em consideração sua ocupação, estilo de vida e histórico de saúde.

Com o Open Insurance, as propostas são mais realistas e justas, evitando cobranças indevidas.

Inovações esperadas

Com a evolução do sistema, espera-se que surjam:

  • Plataformas digitais integradas que comparem produtos em tempo real
  • Aplicativos móveis com gestão de múltiplas apólices
  • Modelos sob demanda, onde o consumidor ativa ou pausa sua cobertura conforme necessidade
  • Atendimento 100% digital, com contratação e cancelamento simplificados

Esse ambiente estimula não apenas a inovação, mas também a entrada de novas empresas no setor, o que pode reduzir custos e ampliar o acesso da população aos seguros — inclusive produtos mais simples, voltados para públicos até então desassistidos.

Dicas finais ao consumidor

Diante dessas mudanças, vale seguir algumas orientações para aproveitar melhor o Open Insurance Brasil:

  • Fique atento às plataformas autorizadas: Sempre confirme se a empresa está cadastrada na Susep.
  • Leia os termos de consentimento com atenção: Entenda quais dados você está autorizando e para qual finalidade.
  • Compare ofertas com calma: Use ferramentas confiáveis para analisar preço, cobertura e reputação da seguradora.
  • Revogue o acesso quando quiser: Se não estiver satisfeito com o uso dos seus dados, você pode retirar o consentimento.
  • Use seu histórico a seu favor: Se você é um bom pagador e tem pouco uso de sinistros, isso pode gerar economia real.
  • Canais oficiais: O Governo mantém uma plataforma para tirar dúvidas a respeito da questão do Open Insurance

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